01
de junho – Cartas aos Orixás e 'brincando com as letras'
Pela primeira vez realizamos trabalhos diferenciados para
os dois grupos: as crianças maiores, na mesa grande, escreveram uma carta ao
Orixá, e as crianças menores, nesse sábado nas duas esteiras que foram
colocadas na cozinha, brincaram com joguinhos de letras coloridas em eva,
formando palavras.
Nas esteiras, as crianças menores tinham as seguintes
tarefas: primeiro formar palavras aleatoriamente, depois, formar palavras
alternando as cores das letras; depois, formar palavras usando a mesma cor em
todas as letras nas palavras; em seguida trocar as letras com os colegas, e
formar novas palavras, finalmente, guardar as letras nos saquinhos,
separando-as por cores. Como principal objetivo dessa atividade, estava o
trabalho de diferenciação de letras e cores, a agilidade na formação das
palavras e no atendimento aos comandos, e um trabalho sobre o egoísmo e o
desapego, a capacidade de doação, durante as trocas das letras entre os
colegas.
Na mesa grande, retomamos uma conversa sobre os Orixás e seus
elementos, relembrando os sábados anteriores e, em seguida, as crianças maiores
ganharam a tarefa de escolher e escrever uma carta a um Orixá.
O comando estabelecido era para que cada criança
escutasse seu coração e escrevesse, como se estivesse de frente para seu Orixá.
Aquelas crianças que sabem qual o seu/sua Orixá, poderiam escrever para
Ele/Ela; e as crianças que ainda não sabem qual o seu/sua Orixá, escolheriam de
acordo com a intuição. Então várias questões vieram à tona: o que é a intuição?
Os sentimentos estão na mente ou no coração? Como poderiam escutar o coração se
o coração não fala? O que é o silêncio? Como conseguir o silêncio do
pensamento? Todas essas e mais algumas questões geraram boas reflexões em
grupo.
O comando seguinte era para, após escreverem a carta ao
Orixá, decorarem a folha com os elementos do Orixá escolhido. Pediram para
escrever trechos de Pontos dos Orixás, o que foi aceito, claro.
Vejam, abaixo, as belezas produzidas. Naturalmente, para proteger a privacidade das crianças e suas mensagens, publicamos as cartas em tamanho pequeno, de modo que se torna ilegível o conteúdo na íntegra, mas, em seguida, selecionamos belos trechos de cada cartinha, sem as assinaturas, obviamente. Confiram.
"Mãe das águas, depois que comecei a frequentar a Tenda descobri que você é uma deusa. Sempre que passo mal, penso no mar. Mãe divina das águas, você é a pérola do mar."
Minha mãe Iemanjá, eu amo muito você. Se você não existisse, eu não sei o que seria de mim. Eu não posso ver você, mas você pode me ver e me acompanha para todos os lados. Eu sinto você perto de mim. Você me dá força todo dia, eu amo muito você."
"Iemanjá, Mãe, eu te amo, a senhora sempre faz coisas maravilhosas."
"Iemanjá, muito obrigada por suas águas lindas e maravilhosas. Elas são sagradas e santas. Seu manto é brilhoso, cor de água. Muitas saudações, minha Orixá."
"Querida Mamãe Oxum, obrigada por tudo, por cuidar de mim, por cuidar dos meus irmãos e pela minha beleza!"
Querida Iansã, obrigada pelas ventanias. Suas tempestades levam o mal dos corações humanos. Pegue o mal e leve para longe. Traga o bem para perto."
"Ogum, meu pai, você é vencedor de demandas, Guerreiro das ruas."
"Tem horas que as coisas começam a não dar certo, que os caminhos estão fechados. Se você se encontra nessa situação, reze a oração de Ogum, São Jorge Guerreiro."
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