O jovem Zélio Fernandino de Moraes, de família nobre e católica na cidade de Niterói - RJ, adoecido, não encontrava cura médica e foi aconselhado a procurar um centro espírita. No dia 15 de novembro de 1908, em uma mesa branca na Federação Espírita de Niterói, Zélio recebeu, pela primeira vez o Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas. Foi rejeitado pelos dirigentes da Federação que não aceitaram a presença iluminada do Caboclo e Ele então proclamou que no dia seguinte iria abrir um novo culto no Brasil. Em 16 de novembro de 1908 ocorreu a primeira sessão de Umbanda em nosso país.
E agora escutem, na voz do grande médium Zélio Fernandino de Moraes, ele mesmo, em pessoa, contando tudo o que ocorreu quando da fundação da Umbanda Sagrada naqueles idos dias do ano 1908.
Confiram mais detalhes dessa linda história no texto abaixo, copiado do site da Tenda de Umbanda Jesus de Nazaré.
"No fim de 1908, uma família de São Gonçalo – RJ, foi
surpreendida por uma ocorrência que tomou aspectos sobrenaturais: o jovem Zélio
Fernandino de Moraes, que fora acometido de estranha paralisia, que os médicos
não conseguiam debelar, certo dia ergueu-se do leito e declarou: "amanhã
estarei curado". No dia seguinte, levantou-se normalmente e começou a
andar, como se nada lhe houvesse tolhido os movimentos. Contava 17 anos de
idade e preparava-se para ingressar na carreira militar na Marinha. A medicina
não soube explicar o que acontecera.
Os tios, sacerdotes católicos, colhidos de surpresa, nada
esclareceram. Um amigo da família sugeriu então uma visita à Federação Espírita
de Niterói, presidida na época por José de Souza. No dia 15 de novembro, o
jovem Zélio foi convidado a participar da sessão, tomando um lugar à mesa. Uma
força estranha dominou o jovem Zélio e ele falou, sem saber o que dizia. Ouvia
apenas a sua própria voz perguntar o motivo que levava os dirigentes dos
trabalhos a não aceitarem a comunicação daqueles espíritos e do por que em
serem considerados atrasados. Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis
pela sessão procuravam doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que
desenvolvia uma argumentação segura. Um médium vidente perguntou: "Por quê
o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de
espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são
claramente atrasados ? Por quê fala deste modo, se estou vendo que me dirijo
neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz ? E
qual o seu nome irmão ?
E o espírito desconhecido falou: "Se julgam atrasados
os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa de meu
aparelho, para dar início a um culto em que estes Irmãos poderão dar suas
mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será
uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir
entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome,
que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim não haverá
caminhos fechados.” O vidente retrucou: "Julga o irmão que alguém irá
assistir a seu culto?” perguntou com ironia. E o espírito já identificado
disse: "Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto
que amanhã iniciarei."
No dia seguinte, na casa da família Moraes, na rua Floriano Peixoto, nº 30, ao se aproximar à hora marcada, às 20h, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele momento se iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nas seitas já deturpadas, dirigidas em sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social. A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica principal deste culto. O Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria o culto. Sessões diárias das 20h às 22h; os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito. Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava: UMBANDA – Manifestação do Espírito para a Caridade.

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